Projeto A Poupança | Crédito Ao Consumo. O Que Devemos Saber Antes De Avançar. II Parte
Publicado em 21-11-2024 Atualizado em 21-11-2024Cuidados a ter com o crédito automóvel
Uma das preocupações quando queremos comprar um carro através de crédito é perceber que tipo de financiamento estamos a contratar. É possível comprar um carro através de um crédito pessoal. Todavia, é importante perceber que vai ficar mais caro, como aliás já foi referido que um crédito automóvel, seja na modalidade que for, beneficia de taxas mais baixas do que as do crédito pessoal. É importante ainda saber que tipo de crédito automóvel vamos contratar e o que faz sentido para cada caso.
Dentro do crédito automóvel existem várias modalidades:
- Crédito automóvel sem reserva de propriedade – A reserva de propriedade permite que, em caso de incumprimento das mensalidades, a instituição financeira tenha o direito de reclamar o veículo. Quando o crédito não inclui reserva de propriedade, a instituição financeira não detém qualquer direito sobre o veículo, mesmo em situações de incumprimento;
- Crédito automóvel com reserva de propriedade – A reserva de propriedade automóvel faz parte de um contrato de compra e venda ou de um contrato de crédito que permite ao vendedor ou ao mutuante reservar, para si, a propriedade do bem vendido até à liquidação total do empréstimo;
- Leasing – O leasing auto é uma das formas mais simples e acessíveis de comprar um carro novo. Trata-se de um contrato de aluguer de um veículo, com uma mensalidade ajustada às necessidades do cliente e a opção de compra do carro pelo seu valor residual. Assim, durante a vigência do contrato, o cliente não é o dono legal do carro;
- ALD – O ALD automóvel é um contrato de locação financeira que permite adquirir um veículo com zero quilómetros, com prazos de financiamento alargados, e deixar grande parte do valor da compra para o final do contrato. Neste caso, o carro, durante o ALD, mantém-se propriedade da locadora até à liquidação da última mensalidade.
Cada uma destas operações tem caraterísticas distintas, nomeadamente em termos de taxas máximas que podem ser aplicadas e o seu funcionamento. A diferença entre estas duas modalidades, o financiamento sem reserva de propriedade e o financiamento com reserva de propriedade, está neste último que inclui taxas mais altas, mas o carro pertence logo ao consumidor.
Na locação financeira e no ALD, no final do contrato, é preciso mudar a propriedade do veículo. Nestes casos, as taxas de juro são baixas, mas é muito comum ficar um valor residual para o final do contrato, o que significa que, quando acabar, terá uma fatia considerável para pagar. Além disso, como essa fatia está guardada para o fim, vai pagando juros sobre esse montante até ao final do contrato.
Posto isto, é preferível pedir simulações para poder perceber qual será o custo efetivo do financiamento. Não se esqueça de comparar a TAEG e o MTIC nas diferentes propostas. A TAEG é uma taxa que contabiliza, além dos juros, todos os restantes encargos que o cliente terá de suportar com o crédito. O MTIC é a sigla de montante total imputado ao consumidor, correspondendo ao montante total que o cliente terá de pagar à instituição durante todo o período do empréstimo. Resulta da soma do montante total do empréstimo com os custos do crédito (juros, comissões, impostos e outros encargos).
Sobre financiamento automóvel, importa ainda realçar que o renting, uma modalidade cada vez mais usada, não é um crédito. O renting, ou aluguer operacional de veículos de longa duração, é a solução de mobilidade que permite beneficiar da total utilização do carro escolhido mediante o pagamento de uma renda mensal fixa, sem se preocupar com os custos associados à sua utilização por estarem incluídos no serviço. Nesta situação, aluga-se um veículo a uma empresa que presta esse serviço, e paga-se uma mensalidade por esse mesmo serviço, que pode incluir serviços extra, como o seguro, a manutenção, a troca de pneus e impostos.
Há, contudo, uma característica do crédito automóvel que é distinta dos restantes destinos de crédito ao consumo: o prazo máximo de financiamento. Este é um destino de crédito em que os contratos podem ter uma duração máxima de 10 anos. Importante recordar que, quanto maior for o prazo, mais caro vai ficar o crédito.
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